Tempestade

As nuvens estavam carregadas, o seu peso era de tal modo visível que todas as flores da terra o temiam. Uma pequena flor lá continuava, companheira com as outras e olhava o céu, á espera que tamanha nuvem não resolve-se agitar-se. O dia anterior tinha sido calmo e sereno, e as flores contentes no seu recanto cantarolavam e sorriam aos bichinhos que por elas passavam. Nenhuma delas previa que ao amanhecer o céu estivesse tão nublado e desinquieto. A mais pequenina estava amedrontada quieta no seu canto, enquanto prestava atenção ao seu redor.

-Tem calma, não temas a tempestade. Vai correr tudo bem.
-Olha para o céu. Observa, aquela nuvem.
-Olho todos os dias para ela, é a mesma de sempre.
-Está diferente: pesada, ao olha-la assim sinto-me sozinha e indefesa.
-Porque? Olha á tua volta.
-É verdade eu não estou sozinha, mas...
-Mas. Eu vou estar sempre aqui.
-Quer esteja chuva ou sol?
-Claro, tu és a minha flor.
-Obrigada abelha.