Estava escuro e pairava uma paleta monocromática sobre mim. Continuou sem que eu tivesse notado que havia mudado. Havia na realidade uma ligeira diferença, aquele preto carregado tornara-se num breve cinzento mas ainda assim visível. Uma interrogação pairou no ar, ficou e veio vezes sem conta e voou ao encontro do lugar em que pertencia. E eu lá continuei, fiel aos meus pensamentos enquanto visualizava um sofá garrido um tanto ou quanto confortável. Teimou em voltar, e ocupar um pouco mais a minha ainda sanidade mental. E voltou, uma última vez para me dizer que a minha lucidez havia ficado presa, presa nessa chegada. O cinzento havia tornado branco, e o branco… O branco era tranquilo tal como a sua postura. Era alegre, gentil, era uma cor, um só brilho. Prendeu-me por momentos, longos momentos, tão longos que perdera aí a capacidade de me expressar.
O meu olhar direccionava-te timidamente, olhava-te entre os meus extensos cabelos, parava para te ouvir, e voltava a olhar-te recatadamente. Conciliava distintamente a minha habilidade de te ouvir, de te contemplar, e de assimilar o que me rodeava. Estava perante algo, definitivamente, alheio a mim. Algo que não me pertencia. Continuei, perplexa no meu lugar, no meu pequeno espaço, que podia chamar meu. Durante esses minutos era meu, e o teu… O teu era igual. Tínhamos um espaço idêntico, um lugar com as mesmas características, e que no meio de tamanha turbulência foi facto esquecido. Uma semelhança diminuta, que nem eu, nem tu entendemos. Ficou por ai, e durante segundos, voltei ao meu estado habitual, o mesmo com que tinha entrado quando me deparei com essas andanças, monocromático. Um sorriso encheu de novo aquele espaço, quando trouxeste novamente a tua harmonia. Esbocei um sorriso, e mais outro, dois e três, tinhas enchido aquela sala de cor como ninguém antes havia enchido. Falas-te da razão porque estavas lá, e explicas-te os teus fins, voltas-te a falar, e a minha reacção era sempre igual, contida. Tinha vontade de dizer mais para além do sim, mas a minha voz estava embrulhada, entrelaçada na tua linguagem. Era uma hora. Chegara, e aquela ocasião incessante vera o fim. Dei meia dúzia de passos, tal como tu e cruzei-me. Um sossego ameaçou aquele preciso lugar que eu pisava, e nada disse. Olhei em frente, direita e esquerda. Nada mais vi. As cores desvaneciam por entre árvores e pessoas, calçadas e edifícios. Pestanejei e quando lentamente abri os meus olhos, era noite. Era noite, e pairava uma paleta monocromática sobre mim.
O meu olhar direccionava-te timidamente, olhava-te entre os meus extensos cabelos, parava para te ouvir, e voltava a olhar-te recatadamente. Conciliava distintamente a minha habilidade de te ouvir, de te contemplar, e de assimilar o que me rodeava. Estava perante algo, definitivamente, alheio a mim. Algo que não me pertencia. Continuei, perplexa no meu lugar, no meu pequeno espaço, que podia chamar meu. Durante esses minutos era meu, e o teu… O teu era igual. Tínhamos um espaço idêntico, um lugar com as mesmas características, e que no meio de tamanha turbulência foi facto esquecido. Uma semelhança diminuta, que nem eu, nem tu entendemos. Ficou por ai, e durante segundos, voltei ao meu estado habitual, o mesmo com que tinha entrado quando me deparei com essas andanças, monocromático. Um sorriso encheu de novo aquele espaço, quando trouxeste novamente a tua harmonia. Esbocei um sorriso, e mais outro, dois e três, tinhas enchido aquela sala de cor como ninguém antes havia enchido. Falas-te da razão porque estavas lá, e explicas-te os teus fins, voltas-te a falar, e a minha reacção era sempre igual, contida. Tinha vontade de dizer mais para além do sim, mas a minha voz estava embrulhada, entrelaçada na tua linguagem. Era uma hora. Chegara, e aquela ocasião incessante vera o fim. Dei meia dúzia de passos, tal como tu e cruzei-me. Um sossego ameaçou aquele preciso lugar que eu pisava, e nada disse. Olhei em frente, direita e esquerda. Nada mais vi. As cores desvaneciam por entre árvores e pessoas, calçadas e edifícios. Pestanejei e quando lentamente abri os meus olhos, era noite. Era noite, e pairava uma paleta monocromática sobre mim.
Uma aventura na loja Robbialac em "2819" ?
ResponderEliminar"if you understand what i mean"